“Estamos aqui para desconectar e estudar o mal que estar sempre conectado pode causar em nossas vidas”, com essas palavras a Presidente da AMATRA-2, Juíza Patricia Almeida Ramos abriu o 8º Encontro de Qualidade de Vida da AMATRA-2, nesta sexta-feira (29/06), no Villa Di Mantova Resort, localizado em Águas de Lindoia, SP.
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A proposta deste encontro era a de “se desconectar” do mundo virtual, ainda que pelo fim de semana, e assim olhar para si mesmo e aproveitar inteiramente o momento com colegas e familiares.
A Diretora Cultural da AMATRA-2, Desembargadora Maria Cristina Fisch, explicou a proposta: “A partir de agora proponho o desafio de desligar nossos aparelhos, esquecer os problemas e aproveitar por inteiro os momentos que viveremos aqui”.
O 8º Encontro de Qualidade de Vida foi elaborado em parceria com a EJUD-2, cuja Diretora, Desembargadora Lilian Gonçalves, esteve presente: “a Escola está muito feliz em participar de mais um Encontro da AMATAR-2.”
“Desconectando-se da rede e se conectando a si mesmo”
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A programação iniciou-se na manhã de sábado (30/06) com a oficina “Desconectando-se da rede e se conectando a si mesmo”, ministrada pelo Psicólogo Luiz Eduardo Berni.
Na primeira parte, foram exibidos vídeos de pessoas que permaneciam muito tempo conectadas. Em um deles, uma garota provocava um grave acidente de trânsito por se distrair com o telefone celular enquanto dirigia. A partir destes exemplos o Dr. Berni desfiou os presentes a avaliar em quais das situações mostradas se identificava.
Em seguida foi apresentado o conceito de ‘ciberespaço’: “A realidade virtual é nova, é uma nova fronteira que estamos explorando. Neste ‘ciberespaço’ alocamos somente nossa consciência, não se percebe a existência do corpo. Aliás, só lembramos que o corpo existe quando passamos a sentir dores por ficar muito tempo em uma mesma posição. Por estarmos em um território novo não sabemos exatamente como agir e é por isso que muitas vezes ocorrem comportamentos que contrariam a ética e a moral, como por exemplo, responder mensagens ao celular durante aulas. O fato é que no ‘ciberespaço’ o sentido das relações são os mesmos e, por isso, é preciso respeitar as normas de etiqueta e comportamento”, explicou.
Após a reflexão, o psicólogo propôs atividades lúdicas para propiciar a interação com o próprio corpo, emoções e com o outro. As chamadas “danças circulares” que consistem em danças de roda com coreografias originárias de diversos países, renderam momentos de alegria e descontração.
No final foi os participantes relaxaram e contaram aos outros como se sentiram com a experiência.
Psicanálise
Após o almoço, a Psicanalista do TRT-3, Dra. Judith Albuquerque, abordou a questão da conexão no mundo digital pela ótica da psicanálise, avaliando a posição da autoridade, inclusive do Magistrado, neste contexto: “Vivemos um momento de desprezo pelo saber que não é o da rapidez, do consumismo, da produção, do excesso de conhecimento introduzido sem limites e sem consequência. Mundo da morte dos ideais. A figura da autoridade, à qual supúnhamos um saber e, por isso, era alvo de amor ou seu contrário, mas que inegavelmente possuía um valor para nós, passa a ser alvo de desprezo e escárnio. Ela não provoca mais respeito, porque seu saber era suposto, ou seja, sustentado pela crença e não pela evidência. O saber agora tem que tem status de ciência, ser um saber auto-verificável, exposto, exibido e ritmado por troca de paradigmas”.
A profissional acredita que o maior perigo é que venha acontecer com o Magistrado o mesmo que ocorreu com o médico “que foi seduzido pelo diagnóstico fácil, e adotou manuais de classificação e procedimentos padrão como CID e DSM, que resultou na perda do seu respeito, de seu poder de diagnóstico, na liberdade de prescrição e atuação.”
Foram feitos também alguns apontamentos sobre a aparência de felicidade que vivemos nas redes sociais, como Facebook: “desconsidera-se as dificuldades da vida cotidiana, na qual nenhum afeto é feito somente de amor. Essa pública demonstração de que os relacionamentos vão as mil maravilhas me lembra do poeta (Frejat) quando diz: ‘Quando você ficar triste que seja por um dia e não o ano inteiro. E que você descubra que rir é bom, mas que rir de tudo é desespero’.”
Segundo a explicação, para a psicanálise não há possibilidade de estar a vontade na própria consciência, pois há, na intimidade, um hiato do sujeito com ele mesmo. Portanto o estranho está no cerne da própria constituição do indivíduo e há no humano uma desconexão fundamental que gera angústia. Por causa disso, faz-se de tudo para disfarçar o incômodo e incompletude. Este excesso de conexão diminui momentaneamente um pouco a dor e o sofrimento, já que, infelizmente, a civilização não conseguirá se livrar do seu mal-estar.
Mas a psicanálise apresenta uma saída para esta condição: “Viver bem é um saber o que fazer com isso. É quando se percebe que a falta existe enquanto alguém espera preenchê-la, mas que, em contrapartida, se percebemos que essa falta é incurável, então ela deixa de existir como falta. Viver bem é saber relativizar o azar. É fazer da sorte um encontro da competência com a responsabilidade”, finalizou
Descontração
Após as explanações, a ordem da noite de sábado era a descontração. A fazendinha do Villa di Mantova foi decorada para uma festa junina regada com todos os quitutes e brincadeiras que se tem direito. Foi o momento de confraternizar com colegas e familiares.
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Música ao vivo e um jantar italiano repleto das maravilhas da gastronomia do Villa di Mantova encerraram o dia. As aprovadas no XXXVII Concurso para Juiz do TRT-2, Tatiana Agda Julia e Vanessa Anitablian Baltazar, também participaram do Encontro.
Na manhã de domingo (1º/07) sobrou tempo para aproveitar as piscinas, a fazendinha e as quadras do hotel. Participantes aproveitaram o tempo livre para caminhadas e visitas às cidades de Águas de Lindoia e Monte Sião.
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A Diretoria da AMATRA-2 agradece a presença de todos. Você foi fundamental para o sucesso do evento! No ano que vem teremos mais um encontro marcado. Até a próxima!
Diretoria da AMATRA-2
