NOTA
DE PESAR
“Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada”.
Cecília Meirelles
No dia 04 de setembro de 2014, mais uma voz calou-se em nosso Tribunal Regional do Trabalho. E que bela voz!
A Desembargadora Maria Inês Moura Santos Alves da Cunha, mulher e Magistrada de temperamento forte, era uma apaixonada pela vida. Gostava de partilhar uma festa e de cantar...
No trabalho era comandada pela retidão e a célere prestação da jurisdição.
Sua trajetória no Tribunal iniciou-se em 10/12/1981, quando empossada no cargo de Juíza Substituta. Em junho de 1984 foi promovida ao cargo de Juíza Presidente da 25ª Junta de Conciliação e Julgamento de São Paulo e, em 25 de julho de 2001, foi nomeada ao cargo que ocupava até está fatídica manhã – o de Desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.
Além da impecável atuação jurisdicional, administrou brilhantemente a Escola Judicial Regional no período de 2008 a 2010, trabalho o qual foi reconhecido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (órgão autônomo do TST), que a agraciou com a medalha Honra ao Mérito em novembro de 2010.
A Desembargadora também será lembrada por muitos colegas e advogados, por sua atividade docente como Professora Colaboradora no Curso de Pós Graduação lato senso em Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie.
Seu devotamento ao Direito do Trabalho e ao Direito Processual lhe rendeu uma enormidade de fãs, os alunos que por ela encaminhados para a Magistratura.
Sempre aceitava os desafios das novidades. Já era uma especialista em PJE.
A AMATRA-2 está em luto pela perda da Magistrada, que foi um exemplo de dedicação ao trabalho e à vida.
Restará a saudade em nossos corações.
Diretoria da AMATRA-2